Notas sobre o Ayom (4) – O Símbolo Sonoro

Por Me. Obashanan
A concepção de símbolo sonoro está presente em várias culturas antigas, narradas de forma semelhante. O símbolo sonoro pode ser desde uma grafia antiga onomatopaica até a nota musical de um instrumento que reflita e conte uma história ou um mito e que foi conservada por tradições de estudiosos e mestres em suas artes. O grande maestro Koelreutter, que em comentário feito sobre a “Chacone” de Bach, certa vez declarou: “A música transmite manifestações espirituais. A música é uma linguagem e, como linguagem ela é um meio de transmissão. Ela transmite alguma coisa: uma mensagem, uma informação, e assim por diante. Eu diria então que a música é uma linguagem que entre outras coisas, é capaz de transmitir manifestações espirituais.”
Notas sobre Ayom (3): Quem são os Alabês?

Por Me. Obashanan
“Éyin omo onilù a fi àrán bantè sosán
Vocês, da linhagem do tambor, que embelezam seus instrumento com panos e cordas de veludo
Omo agbórí odó lù fún Eégún
Descendentes daqueles que fizeram o fundamento para o primeiro tambor de Egun
Omo agbóríi odó lù fún òòsá
Descendentes daqueles que fizeram o fundamento para o primeiro tambor de Orixá
Orò Korin lò Ayan tundè l’Ayè!!!
Toquem e cantem, para Ayan voltar à Terra!!
(Primeiro verso dos cânticos sagrados de Ayom)
Hoje os Alabês constituem-se numa das classes mais interessantes dentro das comunidades-terreiros do Brasil.
O nome ALABÊ é de origem Yorubá. Designa, dependendo da entonação, uma cabaça coberta de búzios, um dos símbolos de Ayom/Ayan/Aña e por extensão dos músicos-sacerdotes. Pode significar ainda, num sentido mais profundo, ALÁ – O pano branco; ABÊ – profundidade, aqueles que conhecem a origem, uma alusão ao aspecto Funfun de Ayom.
Notas sobre o Ayom (2): A importância da Música Ritual nos Cultos Brasileiros

Por Me. Obashanan
O ritmo é uma das forças fundamentais do universo. Todo ritmo descansa em uma sensação física ou psicofísica e nosso sistema nervoso, quando percebe uma serie regular de sons, espera sua repetição ou sua continuação de modo também regular e tem uma acentuada tendência a influenciar os movimentos do próprio corpo. O ritmo é tão importante que se uma pessoa tenta viver fora do ritmo, a natureza o castiga severamente, muito mais do que as criaturas que vivem sem luz, lembrando das criaturas abissais, muitas completamente cegas, que se utilizam de sonares para entenderem o mundo externo. O ritmo é determinado por uma série de unidades, por quantas de expressão e na linguagem oral, a unidade de expressão pode ser desde um grunhido até uma frase complexa, contendo raciocínios perfeitos.
A Índia Negra e os Paralelos de União Entre os Cultos Brasileiros

Por Me. Obashanan
Umbanda e Candomblé em algum ponto de sua história religiosa se unem, ou pelo menos se encontram ou derivam um do outro, quer seja a Umbanda descendente dos Candomblés Bakongo/Ngola, quer seja o próprio Candomblé Yorubá Urbano, que ressurgiu nas grandes metrópoles a partir do contingente Umbandista em cidades como São Paulo e Curitiba.
Seria tão somente coincidência que palavras como Orixá, Exu, Ogum, Oxossi, rum, lê, Roncó, peji, Zamby, Egun e tantas outras existam tanto em uma tradição quanto em outra? Assim como palavras indígenas ─ e este é mais um caso a ser discutido ─ entraram para o mundo social dos terreiros indistintamente, assim também fundamentos africanos foram se espalhando por todos os cultos brasileiros de forma mais ou menos uniforme.
Notas sobre o Ayom (1): O Ayom

Por Me. Obashanan
Do seio de Olodumaré, dentro do Orún, estão os Imolés (LUZ, BRILHANTE) do qual emanam 400 consciências denominadas de direita, os Irùnmòlés, que significa “Concebidos com a luz do Orún”, espíritos que não nasceram e nem morreram na Terra, pois são fonte original da luz espiritual. Também emanam 201 consciências da esquerda chamadas Igbàmòlé, que significa “Os que guardam a luz” (Ìgbá – Cabaça, enquanto substantivo; enquanto numeral, significa 200). Estes espíritos foram responsáveis diretos pela implantação da evolução em nosso planeta e pelo despertar da humanidade, rumo à civilização. São tradutores dos Irunmolés e são mais conhecidos como Orixás e Eboras. Dentre eles estão Exu, Xangô, Obaluaiê, Ossain, Yemanjá, Oyá, etc…
Amor e Música

Por Me. Obashanan
Precisar o que se recebe e o que se doa durante um rito através da música de terreiro é extremamente difícil. Em jogo estão as possibilidades de quem se emociona, de quem se entrega pela devoção e pela curiosidade e ainda, todos os questionamentos acerca da vida, da morte e do sobrenatural… Há um verdadeiro ato coletivo de amor num ritual, onde os envolvidos são assistentes e médiuns, sacerdotes e leigos, encarnados e desencarnados… E este é o motivo central da existência da música nos ritos: é o que faz as pessoas se aproximarem e nessa conexão sem parâmetros em nenhuma outra religião surgem os mistérios da conexão com o mundo antigo.
A Humildade

Por Me. Obashanan
A Humildade é a virtude que dá o sentimento exato da nossa fraqueza, modéstia, respeito, pobreza, reverência e submissão.
Humildade vem do Latim “humus” que significa “filhos da terra”. Uma simples análise desta frase nos dá material suficiente para aprendermos sobre a humildade:
Diz-se que a humildade é uma qualidade, assim, quem se vangloria da sua, mostra simplesmente que ela lhe falta.
Ela torna as virtudes discretas, despercebidas dos outros, não há ostentação.
QUEM SÃO OS ALABÊS?
Por Me. Obashanan
Éyin omo onilù a fi àrán bantè sosán
(Primeiro verso dos cânticos sagrados de Ayom)
Vocês, da linhagem do tambor, que embelezam seus instrumento com panos e cordas de veludo
Omo agbórí odó lù fún Eégún
Descendentes daqueles que fizeram o fundamento para o primeiro tambor de Egun
Omo agbóríi odó lù fún òòsá
Descendentes daqueles que fizeram o fundamento para o primeiro tambor de Orixá
Orò Korin lò Ayan tundè l’Ayè
Toquem e cantem, para Ayan voltar à Terra!!